sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

E o dia seguinte, como faz?

Acorda, estrupícia!
Sabadão à noite, você sai toda trabalhada na maquiagem, no salto e no sorrisão, e lá pelas tantas, depois de só ter sobrado o sorrisão e o salto [porque ficar descalça em boteco #nempensar, estrupícia! Não importa seu estado alcoolico! Você não sabe, e emnomedejesus nem quer saber, o que já passou por aquele chão], você encontra um gatinho no meio do caminho...

Depois de umas palavrinhas, uns olhares enviesados e uns beijinhos, vocês trocam telefone e se despedem. Você vai pra casa toda sorrisinhos, lembra do cheiro dele, e dorme feito uma pedra [porque com aquela cara de panda, sinto muito, mas não dá pra te chamar de anjo, né minha filha!].

Depois de quase um dia de sono, você acorda já com a mão no celular. Nada de ligação. Você vai, assiste qualquer coisa que esteja passando na tv, lê todos os blogs do seu reader, tuíta, come porcaria e... nada.

Então você resolve dar umas voltinhas por aí, e vai tomar banho. Aí sim a maldição do telefone toca [nessa hora, pelamordedeus, não saia correndo do banheiro enrolada na toalha! Ou seu encontro vai ser com a enfermeira do hospital mais próximo!]:

- Hum... Uhum... Ah, sim... Tal hora? 'Tá bom... Beijo.

Sentiu a pseudo indiferença? Coisas da geração Cosmopolitan, meu bem... Demonstre indiferença, não seja fácil, não vá pra cama nos 10 primeiros encontros, não tome decisões, deixe que nós a tomamos por você... Coisas assim... Ou não...

Ao desligar o telefone, você daria um dedinho [as mais afortunadas makeupisticamente {senhor, que palavra horrorosa!} falando, dariam um batom MAC] pra que uma das meninas do Look do Dia ou da Oficina de Estilo viesse te ajudar a escolher a roupa.

Dez blusas e a certeza de que você nunca tem roupa arraigada em seu coração depois, você vai se encontrar com o gatinho...

- Hum... Ele me beijou logo de cara... Isso deve ser um bom sinal.
- Hum... Estamos de mãos dadas, que fofo...
- Hum... Ele tem pegada...

E então você sorriem. Beijam-se. Esquentam-se. Dão-se bom dia, e ele te deixa em casa no céu... Nessa hora, você já está pensando que encontrou o homem da sua vida. ACORDA estrupícia! Ele NÃO é o homem da sua vida! Talvez um dia ele seja, mas agora, agora, ele é só um carinha que você sabe malemá o sobrenome...

E então é chegada a hora de rememorar o caro Dante Alighieri: "Deixai toda a esperança vós que entrais", pois você acabou de entrar no inferno do dia seguinte.


Oi? Ah, é engano...
Oi? Sim! É claro que o telefone vai tocar! Mas vai ser mensagem da filhadaputa da [insira o nome de sua operadora aqui]. Vai ser telemarketing. Vai ser a LBV. Vai ser até aquela sua tia chata do inferno que ligou por engano. É capaz de deus ligar [se ele não estivesse tão ocupado, pobrezinho...], mas o gatinho... sinto muito, Bonita, mas não vai rolar.

Aí é que começa uma cena digna de comédia romântica ou filme da faculdade de psiquiatria [do tipo: como tratar mulheres insanas]...

1. E se eu ligar, o que é que tem? [Momento libertação feminista. Sou dona do meu nariz!]
2. Não! Bem capaz! Ele que tem que me ligar, onde já se viu?! [Momento machista/cosmopolitan feelings]
3. Será que acabou a bateria do celular? Será que ele perdeu o celular? [Momento o que será que será...]
4. E se eu mandar só uma mensagem inofensiva? Não, deixa pra lá... [Momento quase caindo na real. Ufa! Até que enfim!]

E então você cai na real, e sai com os amigos, se diverte e se faz feliz para sempre. Porque, convenhamos, perder o sono e a diversão por causa de um sapo que a gente nem sabe se tem vocação pra príncipe, não rola, né estrupícia!

Eu tenho uma pseudoregra: se o fulano não ligar/mandar mensagem em três dias, sinto muito, meu bem... Imito Jesus, ressuscito e parto dessa pra melhor.... [me desculpem as super cristãs pela piadinha herege...]. Penso que se o cara não quis falar comigo em três dias, não vai querer no próximo sábado, e nem no próximo e assim sucessivamente... Então desencano e ponto.

Mas o fato é que toda mulher, independentemente de religião, idade ou cor de batom e cabelo, acaba caindo no buraco negro do "dia seguinte"... Não sei se é a oferta que anda menor que a procura, se são os malditos hormônios, se é a tradição, se é falta do que fazer mesmo... Sinceramente, não sei... Só sei que é assim, e que a gente tem que aprender a lidar com isso, do contrário, ficaremos mais malucas do que já somos.

Uhum... Mas o que é que eu faço então, estrupícia?

Ah, minha filha... Se eu soubesse alguma coisa sobre relacionamentos, não estaria com 28 anos caraca! Como 'tô velha! e solteiraça. Ou será que eu sei, e é exatamente por isso que estou solteira?! Sabedeus...

Mas ó... Se você acha que o cara vale a pena, e pra chegar a achar isso não conta conversinha de pé de ouvido em balada, hein! Não senhorita... Você tem que ter conversado, falado sobre gostos, profissões, times de futebol... Essas coisas importantes num futuro relacionamento... Pois então. Se essa conversa rolou, e foi bacana, liga/manda mensagem pra ele, uai!

Marca um café, uma visita ao museu, um cinema, uma partida de gamão... Sei lá! Qualquer coisa que mostre que o cara é interessante. Porque sim! Eles adoram se sentir interessantes... Que é que tem você ligar? O máximo que vai acontecer é você ouvir a voz insuportável da mulher da caixa de recados. Melhor que ficar aí, praticamente casada com seu celular, né não?

Oi? E se você "dormiu" [olha que eufemismo mais bobo...] com ele? Ah, amor... Sua consciência 'tá pesada? Então, nesse caso, a única coisa que posso te dizer é: não faça mais isso! Se tem uma coisa que aprendi [e olha que aprendi pouco ainda nessa vida] é que não devemos fazer nada quando não estamos prontos para aguentar as consequências. Se você vai pra cama com um cara logo de início, tem que saber que pode acontecer de não rolar mais nada.

Vida de solteira é assim... Será?
Ah... Que preconceito e blábláblá... Não é não senhorita! É probabilidade, estatística, lógica e todas essas coisas lindas do mundo matemático. Mesmo se tivesse rolado só um beijinho, existiria a probabilidade de o cara não te ligar. Você acha que só porque ele viu sua tatuagem na virilha [antes que alguém diga alguma coisa, NÃO, eu não tenho tatuagem na virilha! Nem tudo sobre o que falo é o que vivo, né minha gente. Escritor também inventa...], agora vai te pedir em namoro? O que você tem a fazer, nesse caso, é [literalmente], sossegar a periquita, estrupícia. Ou então recorrer ao caso do 1° exemplo: liga e vê no que dá...

E então, ligou pra ele? Ah, sim... Ele tinha compromisso. Hum...


E agora? Agora você espera o próximo sábado, e começa tudo de novo, Bonita! Afinal de contas, vida de solteira é assim mesmo...

E você, já passou por muitos "dias seguintes"? Conta pra gente como foi, vai...

Um beijo procês!
Patrícia Pirota
Dezembro de 2010.

Ps: Esse post faz parte do resgate que estou fazendo do meu antigo blog. Como pretendo fechá-lo, estou trazendo pra cá os textos de que mais gosto.

4 comentários:

  1. Acho que o mais importante é se arriscar, aprendi isso com um amigo. Festinha, o cara te passou um número? Manda mensagem e vê no que dá, se não der em nada, bola pra frente pois tem outras bocas pra beijar. Virou minha filosofia de vida.

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  2. Acredite. Nunca vá ao supermercado com o estômago vazio.

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  3. Patrícia gosto muito do modo como você escreve, Parabéns!!!
    Ah e obrigado, vc nos ajuda a compreender melhor o nebuloso universo feminino, rsrsrs.

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  4. Cara Estranho de Dez anos atrás12 de fevereiro de 2016 às 19:08

    O importante é BETTE DAVIS EYES rsrs

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'Brigada por ter me dado um 'cadinho do seu tempo!
Assim que possível, respondo, viu!
Beijo procê!